25 dezembro, 2008

Rubrica

Rubrica de adulto do sexo masculino, com traço final descendente
A rubrica é constituída pelas partes da assinatura que não são letras, que não se conseguem ler.
Quanto mais acessórios contém menos personalidade apresenta. Se a assinatura não deve ser interpretada fora do texto e do contexto, tanto menos a rubrica que aparece, por vezes, com aspecto simbólico, como a pauta num músico ou a bola num jogador de futebol Elenco alguns dos traços mais pertinentes.
  • Com um traço por baixo, exprime o desejo de reconhecimento, confiança em si mesmo, gosto em mostrar as próprias capacidades, orgulho.
  • Com um traço na parte superior, indica protecção contra ideias alheias e defesa das próprias, protecção da intimidade.
  • Com duplo sublinhado, expressa a necessidade de dar excessiva importância ao que diz ou faz, orgulho, sentimento de fracasso.
  • Com traço descendente no final, aponta para capacidade de afirmação, de defesa e de ataque.
  • Com ponto no fim, indicia desconfiança, prudência, cautela, auto-afirmação.
  • Com ângulo voltado para a esquerda, assinala agressividade, possibilidade de auto-agressão, ressentimento, possível problema com a mãe.
  • Em ziz-zag, revela astúcia, entusiasmo, vingança.
  • Com forma circular apenas no início, é indício de bleuff, charlatanice, falta de sinceridade.
  • Em espiral estreita ou enredada, aponta para ideias fixas ou obsessivas, habilidade para enredos, imaginação.
  • Em forma de C (boca de lobo), é característica de pessoa com inclinação para a actividade comercial, vontade de poder, tenacidade.
  • Em forma de C ao revés, significa conservadorismo egoísmo, apego à família e à terra, desconfiança.
  • Em laço para a esquerda, é própria de sujeitos com espontaneidade com os mais íntimos.
  • Em laço para a direita, atesta facilidade de contactos, expressividade, ductilidade.
  • Sem rubrica, está associada à simplicidade, à essencialidade, à coragem moral, à integridade e à auto-satisfação.
As rubricas são mais que os escreventes, porque ninguém consegue fazer duas rubricas exactamente iguais. Uma rubrica é mais fácil de imitar do que uma assinatura.
Existem muitos outros traços distintivos de rubricas. Veja as características da sua, mas não se apresse a auto-avaliar-se.



20 dezembro, 2008

Confraternizações dos Grupos de Estudos e dos alunos da Formação Inicial






















Dias 11 e 12 de Dezembro de 2008 os alunos do Prof. Eduardo Evangelista, das turmas de FORMAÇÃO INICIAL e dos GRUPOS DE ESTUDO DE GRAFOLOGIA encerraram suas atividades com muitas comemorações. Vejam as fotos desses momentos.

14 dezembro, 2008

Assinatura

Assinatura igual ao texto de adulto do sexo masculino
A análise isolada da assinatura não é suficiente para traçar o perfil completo duma personalidade, porque retrata o eu íntimo do escrevente, mas não nos informa sobre o seu comportamento social e profissional. Comparando a assinatura com o texto extraem-se melhores conclusões.
Localização da assinatura
  • Colocada no centro da folha pode significar equilíbrio, prudência, indecisão, centro de atenções e inibição.
  • Situada no lado direito mostra-nos uma personalidade expansiva e dinâmica, optimismo, extroversão, iniciativa, confiança no futuro, espírito de decisão, sinceridade, espontaneidade e entusiasmo.
  • Localizada no lado esquerdo reflecte prudência, autodefesa, introversão, conservadorismo, inibição, melancolia, ansiedade, medo do futuro, desencorajamento e obsessão.
  • Muito afastada do texto indicia necessidade de independência, visão global das coisas, descomprometimento, distanciação dos outros e frialdade.
  • Muito próxima do texto implica compromisso, simplicidade, espontaneidade ingenuidade, intromissão e necessidade de dependência.

Dimensão da assinatura
  • Maior do que o texto pressupõe capacidade de liderança, confiança em si próprio, orgulho, auto-estima equilibrada, necessidade ou procura de valorização, afirmação do sentimento de si, segurança, extroversão, entusiasmo, compensação de sentimento de inferioridade, necessidade de admiração e vaidade.
  • Menor do que o texto exprime falta de confiança, insegurança, falta de auto-estima, timidez, inibição, sentimento de inferioridade e sentimento de fracasso.
  • Semelhante ao texto (nos vários géneros) revela sinceridade, personalidade equilibrada, coerência em relação aos outros e consigo mesmo.
  • Nome maior do que o apelido manifesta desejo de figurar e procura de protagonismo.
  • Nome menor do que o apelido é sinal de orgulho familiar, aceitação do papel social e desejo de êxito social.

Pressão da assinatura
  • Maior que a do texto pode interpretar-se com sinal de afirmação da própria personalidade, firmeza, disciplina, tensão interior e evasão perante compromissos.
  • Menor que a do texto representa vulnerabilidade perante os problemas do eu ou de familiares, necessidade de se retirar e de aliviar a tensão exterior.
  • Pressão irregular está associada a violências impulsivas internas.
  • Pressão deslocada aponta para conflitos entre o ego e o superego.

Direcção da assinatura
  • Ascendente implica boa disposição, entusiasmo, confiança, contestação, agressividade, encobrimento e desejo de pertencer a alguma coisa.
  • Descendente está associada a desalento, insegurança, falta de confiança, submissão, timidez e falta de iniciativa.
  • Horizontal ajuda a medir o nível de maturidade, estabilidade e serenidade.
  • Vertical relaciona-se com desejo de independência, de afirmação e autoritarismo.
  • Letras saltitantes estão relacionadas com sensibilidade e receptividade.

Forma da assinatura
  • Semelhante ao texto traduz naturalidade, espontaneidade e equilíbrio.
  • Entre duas barras horizontais mostra inflexibilidade, exigência, espírito de domínio, orgulho, reserva, desconfiança e astúcia na defesa dos próprios interesses.
  • Arredondada é própria duma personalidade amável e cortês.
  • Angular testemunha agressividade e tensão.
  • Em forma de caracol é sintoma de independência, de egoísmo e de isolamento.
  • Filiforme (forma de fio) expressa talento, habilidade e inteligência.
  • Em casulo simboliza necessidade de protecção, de fixação na mãe e pouca comunicabilidade.
  • Com formas variadas (arcos, grinaldas, ângulos, ….) está associada a conflito entre o eu e a realidade, entre o eu e o eu ideal.
  • Abstracta prova originalidade e criatividade.
  • Em laço está relacionada com astúcia e engano.
  • Envolvida por traço está conotada com distanciamento afectivo, protecção do eu, orgulho, reserva, perseverança, vontade inflexível, medo de ser atacado e narcisismo.
  • Traço final longo corresponde a extroversão e a necessidade de domínio (para baixo indica auto-afirmação e para cima agressividade). Se for separado, constitui uma espécie de marcação de território, de espaço de protecção.
  • Traço inicial longo é prova de prudência, ligação ao passado e satisfação narcísica.
  • Traços para a esquerda, se estiverem por baixo da assinatura, podem interpretar-se como regressão, tendência esconder a própria vida e o passado; se estiverem por cima, podem significar prudência, tendência a esconder os próprios projectos.
  • Um ou dois pontos no fim da assinatura exprimem distanciação, prudência, falta de tolerância e desconfiança.
  • Traço da letra inicial a sublinhar toda a assinatura pode corresponder a consciência do próprio valor, a admiração por si mesmo, a vaidade ou a complacência narcisista.

Velocidade da assinatura
  • Mais lenta que o texto evidencia prudência, ponderação, reserva e autodefesa.
  • Mais rápida que o texto pressupõe impaciência e evasão.
  • Semelhante à do texto é sintoma de equilíbrio entre atitude interior e comportamento social.

Inclinação da assinatura
  • Maior que no texto prova que sente mais calor na vida íntima do que na vida social.
  • Variável está associada a conflitos, lutas internas, ambivalência de sentimentos e de atitudes.
Ligação/continuidade da assinatura
  • Nome e apelido unidos assinalam complementaridade entre o eu íntimo e o eu socioprofissional.
  • Com cortes (interrupções) atesta insegurança, incerteza, medo, fractura entre o mundo do pensamento e o do sentimento.
  • Menos ligada do que o texto revela inibição e isolamento.
  • Hiper-ligada exprime segurança, produtividade de pensamento e fluência.
  • Em grinalda é sinal de conciliação e amabilidade.
  • Reenganchada expressa possíveis dificuldades de coordenação motora e transtornos nervosos.
  • Maiúscula desligada indica reflexão, contemplação, desproporção entre o que ambiciona ser e os meios que possui para consegui-lo (a assinatura da pintora Paula Rego apresenta o P separado).
  • Em arcada é sinónimo de formalismo.
  • Filiforme exprime habilidade e diplomacia.
  • Em ângulo é sinal de vontade firme, dureza e intransigência.
  • Com movimentos progressivos é sintoma de desenvolvimento harmónico, ponderação e adaptação integradora.
  • Com movimentos regressivos significa colocar-se à defesa.

Ordem da assinatura
  • Rasurada é própria de atitudes de conformismo e de insegurança.
  • Comprimida é sinal de inibição e de introversão.
  • Diferente do texto (nos vários géneros) pressupõe ambivalência de sentimentos, conflito, desordem, dissimulação, incoerência, inconstância e falta de maturidade.
  • Escrita muito cuidada e assinatura mais livre indicia predomínio das relações sociais e dissimulação.
  • Ilegível está relacionada com actividade, independência, evasão perante compromissos, introversão, reserva, impaciência, ansiedade, ocultação e desonestidade.
  • Legível exibe transparência, sinceridade, honestidade, simplicidade, extroversão, sentido de responsabilidade, franqueza e integração social.
  • Envolvida por um círculo explicita a necessidade de protecção, fixação na mãe, orgulho, exigência, egoísmo e complexo de culpa.
  • Cortada chama a atenção para auto-crítica, auto-limitação e auto-reprovação.
Repare, agora, se a sua assinatura é muito diferente ou semelhante ao texto. O leitor melhor do que ninguém poderá reconhecer se as suas tendências estão aí espelhadas.

13 dezembro, 2008

Gestos-tipo

Gesto da mitomania, no final dos “o” , na escrita de menina, com 13 anos

Os gestos-tipo, como o próprio nome indica, são traços específicos dum dado escrevente, uma espécie de tiques gráficos. Exprimem manifestações instintivas e inconscientes, aspectos incontroláveis da pessoa, instintos, impulsos, necessidade de aparecer, formação do carácter, mecanismos de defesa e de compensação, complexos (dependendo da zona onde aparecem).
  • Gestos da mitomania - ricci della mitomania (no final palavra para cima ou para frente ou para baixo) indicam fuga da realidade, mitomania, ideias fixas e parasitárias, fantasia, vivacidade, estranheza, riscos de subjectivismo, distorção da realidade e quebra de regras. Neste e noutros gestos, sigo de perto a escola moretiana, quanto à designação e ao significado psicológico.
  • Gestos da confusão - Ricci della confusione (cortam as letras da própria linha, da seguinte ou da anterior) exprimem a confusão em todos os níveis da personalidade, fraca capacidade de discriminação dos estímulos, comportamentos impulsivos e desordenados.
  • Gestos da ocultação - ricci del nascondimento (traços finais para baixo e para trás) expressam reticência, cautela, capacidade diplomática, hipocrisia, introversão, insinceridade e ocultação de pensamentos.
  • Gestos de amaneiramento - ricci dell` ammanieramento (traços no início, no meio ou no fim da palavra) demonstram dissimulação, adulação, predisposição teatral, egoísmo encapotado de altruísmo e hipocrisia. Se forem para baixo, no início das letras podem significar insegurança ou medo de perder bens materiais.
  • Gestos do subjectivismo ou da espacialidade - ricci del soggettivismo (prolongamento horizontal excessivo do final da palavra, com pressão uniforme) assinalam necessidade de defesa do próprio território, colocação no centro de atenções, distinção, superioridade, orgulhoso, complexo de superioridade, insegurança, desconfiança, manutenção dos outros à distância e frieza no relacionamento social.
  • Gestos da vaidade (altura desmedida das letras iniciais ou maiúsculas) exprimem a necessidade de chamar a atenção e capacidade para representar.
  • Gestos do materialismo (para baixo, no final da letra) chamam a atenção para a preocupação com bens materiais, para a agressividade e para a precipitação.
  • Gestos do desleixo - ricci della sciatteria (traços frouxos e descendentes no final da palavra) traduzem desleixo, indolência, abulia e tendências materiais e sensuais.
  • Os gestos (pernas, hastes ou outros traços verticais ou horizontais) acerados assumem o significado de hipersensibilidade, perspicácia, inteligência, irritabilidade, penetração, penetrabilidade, impressionabilidade, insegurança, originalidade, hiperemotividade, ansiedade, agressividade, cólera, paranóia e masoquismo.
  • Gestos da espiritualidade (traços avançados na zona superior) marcam misticismo, criatividade, imaginação e fuga da realidade.
  • Os ganchos, os arpões e os triângulos (ou golpes de sabre) nas pernas, nas hastes ou noutros traços são sinónimo de tenacidade, resistência, egoísmo, teimosia, agressividade, vivacidade, audácia, desejo de mandar e de possuir, oposição, dinamismo, irritabilidade e agressividade.
  • Os golpes de chicote (formação dum laço antes de se projectar com impulsividade) reflectem imaginação, vivacidade, audácia, impulsividade, ambição e egoísmo.
  • Os laços (bucles dentro doutros bucles) representam habilidade manual, sedução, simpatia, vaidade, egoísmo e intriga.
  • As maças podem indiciar actividade, dinamismo, carga emocional, violência, inadaptação e brutalidade.
  • Os nós (pequenos laços) fornecem sinais de reserva, diplomacia, tacto, ocultação, falta de sinceridade, desconfiança e hipocrisia.

Certamente a sua escrita apresentará algum destes gestos ou outros não inventariados. Para captar melhor o seu significado psicológico é preciso avaliar o ambiente gráfico (positivo ou negativo) e a contextualizar cada um dos gestos.

11 dezembro, 2008

GÉNEROS E ESPÉCIES DA ESCRITA

Neste espaço vão ser listados e definidos os vários géneros da escrita, nomeadamente: forma, dimensão, direcção da linha, direcção axial das letras, inclinação, ligação/continuidade, movimento/ritmo, ordem, espaço, velocidade, pressão (relevo, profundidade) e outros parâmetros como assinatura/rubrica, margens, gestos-tipo, letras especiais, ovais, barras, hastes, pernas, acentuação, pontuação, cor e algarismos.
As espécies são centenas e a sua interpretação depende do ambiente positivo ou negativo da escrita, da presença ou ausência de sinais atenuantes ou reforçantes, tendo sempre em vista a sua integração no contexto global. A quantidade, o peso, o enquadramento e a designação de alguns géneros e espécies variam de acordo com as escolas grafológicas. Mas, apesar de nomenclaturas diversas, os conceitos essenciais subjacentes são semelhantes.

Margens

Margens esquerda e direita quase ausentes de uma adolescente de 15 anos, no 6º ano de escolaridade
As margens do texto reportam-nos à organização, à introversão, à extroversão, ao passado e ao futuro da personalidade do escrevente. A fundamentação destas características está relacionada com o simbolismo espacial desenvolvido por Max Pulver e já presente no Kora de Platão. Max Albert Eugen Pulver (1889-1952), filósofo e grafólogo suíço-alemão, aplicou a interpretação psicológica do simbolismo do espaço gráfico à grafologia, baseado na teoria do inconsciente colectivo de Jung. A folha em branco representa o ambiente e o texto representa o modo como a pessoa se comporta no meio familiar, profissional e social.
Lembro que é preciso ter sempre presente o ambiente positivo ou negativo e o contexto geral da escrita. À falta de um estudo estatístico sobre margens no nosso país, sugiro algumas medidas que podemos considerar regulares. A margem esquerda com cerca de dois cm, a direita e a inferior com cerca de um e a superior com cerca de dois.

Margem esquerda
  • Estreita ou ausente indica cautela, introversão, desconfiança, inibição, ligação ao passado, postura defensiva, temor do futuro, dependência e reserva.
  • Larga é indício de actividade, generosidade, extroversão, aventura, desejo de independência, confiança, optimismo, frenesim, impulsividade e atrapalhação.
  • Crescente é sinal de optimismo, ambição, prodigalidade, extroversão, actividade, ligação ao futuro e impaciência.
  • Decrescente significa prudência, economia, introversão, desconfiança e inibição.


Margem direita

  • Estreita ou ausente é sinónimo de extroversão, actividade, confiança, optimismo, desinibição, sociabilidade (agressividade, se a margem for ausente), iniciativa, superação das dificuldades, previsão do futuro, resolução e identificação com o pai.
  • Larga demonstra cautela, introversão, insegurança, desconfiança, inibição, isolamento, medo de enfrentar a realidade, ligação ao passado e temor do futuro.
  • Crescente manifesta timidez, reserva, inibição e pessimismo.
  • Decrescente fornece sinais de domínio pessoal, extroversão, confiança, optimismo, actividade, formalidade, inflexibilidade, necessidade de estímulos, frenesim, impulsividade e atrapalhação.


Margem superior

  • Estreita ou ausente é prova de espontaneidade, contacto imediato, falta de tacto, aversão a formalidades, má educação, desprezo pelos pormenores e invasão do espaço dos outros.
  • Normal (regular) reflecte cortesia, educação e auto-domínio.
  • Larga expressa formalidade, submissão à autoridade, introversão, alguma falta de confiança, sentido religioso, boas maneiras, respeito, distanciação nas relações sociais, cerimónia, frieza, ansiedade (costuma aparecer na escrita das crianças).


Margem inferior

  • Estreita ou ausente fornece sinais de excesso de materialidade, submissão aos instintos, deficit de auto-controlo, insegurança, necessidade de apoio, temor do futuro, tendência a desfrutar do tempo e do trabalho, precipitação e atrapalhação.
  • Larga atesta sentido estético, temor das próprias emoções, medo de deixar-se envolver, desperdício de meios e de tempo.
  • A ausência de margens está conotada com poupança, autoconfiança, capacidade para superar os fracassos, intrusão, sem grandes considerações estéticas, irreflexão, impulsividade, não deixar espaço aos outros, falta de diplomacia, desejo de ser o centro das atenções e desconsideração pelas necessidades alheias (normal até aos 11 anos).
  • As margens estreitas evidenciam dureza e austeridade.
  • As margens largas revelam atitudes de isolamento voluntário, de pouca vontade de se misturar e perda de amigos.
  • As margens excessivas exprimem respeito, boas maneiras, frieza, preocupação, insegurança e angústia.
  • As margens regulares explicam atitudes metódicas, equilíbrio, organização, responsabilidade, gosto pela simetria, firmeza, estabilidade, pontualidade, autodisciplina e constância.
  • As margens irregulares especificam actividade variada, instabilidade, ambivalência, imaturidade, indecisão, inconstância, impulsividade, inquietação, resposta imediata aos estímulos, pressa, superficialidade, irregularidade e Criança Livre (grafoanálise transaccional).
  • As margens rígidas correspondem ao cumprimento da norma, à rigidez e à inflexibilidade.

Neste aspecto, é mais fácil observar a sua escrita. Mas é conveniente escolher páginas escritas antes da leitura deste artigo. A escrita de apontamentos ou em folhas com tamanho inferior a A4 pode assumir um significado diferente. Veja se a sua escrita lhe indica a tendência predominante: o refúgio no passado ou a projecção no futuro.

09 dezembro, 2008

Direcção axial

Escrita hesitante de rapaz de 13,6 anos, do 8º ano
Este aspecto da escrita foi desenvolvido por
Girolamo Moretti e é continuado pelos seus discípulos, nomeadamente, Pacifico Cristofanelli, em que me baseei. Por não se enquadrar no género “direcção” da escola francesa, é aqui apresentado separadamente.
  • Escrita sinuosa (sinuosa), quando o prolongamento das hastes se cruza acima ou abaixo da zona média, reflecte Intuição, capacidade de compreensão e penetração psicológica.
  • Escrita contorcida (contorta), quando os eixos das letras se inclinam bruscamente para a direita e para a esquerda e os seus prolongamentos se cruzam junto da zona média ou mesmo dentro dela, é sinal de procura de objectividade, de necessidade de controlo imediato, de irritabilidade e de propensão para a mecânica.
  • Escrita titubeante (titubante), quando as letras se inclinam lentamente ou quando o “o” termina com um traço lento e impreciso, representa reflexão (por indecisão), reserva, insegurança, preocupação, timidez e dificuldade em tomar decisões.
  • Escrita hesitante (tentennante), quando duas ou três letras da mesma palavra variam de inclinação ou se observa uma separação nos traços de ligação entre letras, implica prudência, cautela, procura de objectividade, cautela e insegurança.
  • Escrita paralela (parallela), quando os eixos das letras são rigidamente paralelos, independentemente da inclinação, é própria dos sujeitos com precisão, ordem, precisão estreita, desadaptação, mas adaptação a tarefas repetitivas e esquematismo.

Moretti, homem de grande intuição e religioso, presenteou-nos com esta e tantas outras séries de sinais gráficos originais que ele ia descobrindo nos milhares de análises que fazia, incluindo a própria auto-análise, a fim de desvendar o íntimo do ser humano.

08 dezembro, 2008

Espaço

Escrita de menina, com grande espaço entre letras, entre palavras e entre linhas
O espaço revela o equilíbrio ou desequilíbrio psico-afectivo e o processo perceptivo-cognitivo e, ao mesmo tempo, relata-nos as zonas proibidas, os medos e as fobias. A mancha gráfica aparece distribuída de diversas maneiras na folha de papel, conforme o escrevente. E não só o espaço ocupado pelas letras e pelas palavras tem um significado psicológico, mas também o espaço deixado livre caracteriza o sujeito.
  • Espaço curto entre palavras (escrita apertada) pode reflectir modéstia, sentido de economia, prudência, discrição, falta de sentido crítico, instintividade, imediatismo, visão estreita, timidez, impulsividade, egoísmo, hipersensibilidade, necessidade de estar acompanhado e medo da solidão.
  • Espaço médio entre palavras pode corresponder a ponderação, ordem, análise, organização, clareza, independência, lucidez, introversão, capacidade crítica, predomínio da reflexão sobre a intuição, equilíbrio da mente e do carácter, raciocínio, eficiência, pouca espontaneidade e Adulto (grafopsicanálise transaccional).
  • Espaço grande entre palavras (domínio dos brancos) pode revelar capacidade crítica, raciocínio, organização, método, juízo, discernimento, meditação ou necessidade dela, distanciamento afectivo, visão do conjunto, saber guardar distância, hipercrítica, isolamento, dificuldade em estabelecer relações, incerteza, perplexidade, desorientação, mudança de opinião, vazio de ideias, introversão, solidão, insegurança e temor.
  • Espaço exagerado entre palavras pode assinalar hiper-autocrítica, sentido de isolamento e de claustrofobia
  • Espaço pequeno entre letras (justapostas ou adossadas) podem significar reserva, introversão, desconfiança, temor, evitar influências exteriores, não deixar espaço ao outro, menor impulso para a actividade, cuidado, economia, concentração, medo de se enganar, auto-limitação, restrição do sentimento, variabilidade de humor, preocupação, apreensão, inibição, recusa, falta de empatia para compreender os outros, subjectivismo, medo de avançar, egoísmo, avareza, ansiedade e Criança Adaptada Rebelde (grafoanálise transaccional).
  • Espaço médio entre letras pode corresponder a espírito de abertura, flexibilidade, maior impulso para a actividade, facilidade em relacionar-se com o outro, equilíbrio, extroversão, abertura, inteligência, simpatia, generosidade e adequada valorização do outro
  • Espaço grande entre letras pode interpretar-se como sinal de altruísmo, extroversão, magnanimidade, generosidade, facilidade de acção e de contactos sociais, adaptabilidade, conciliação, indulgência, dispersão, influenciabilidade, entusiasmo, simpatia, cedência, esbanjamento, instintividade, indulgência, perda do eu no tu, dar mais importância ao outro do que a si próprio e Pai Protector (grafoanálise transaccional).
  • Espaço pequeno entre linhas permite avaliar o grau de introversão, temor, tensão, impulsividade, economia de energias, segurança, calor humano e confiança.
  • Espaço exagerado entre linhas pode exprimir necessidade de isolamento, dificuldade de adaptação e de concentração, necessidade de clareza, timidez, distanciamento afectivo em que o super-ego impede o transbordo dos instintos, dos afectos e da imaginação.
  • Escrita arejada (boa distribuição entre o espaço da mancha de tinta e o dos brancos) pode provar bom equilíbrio geral, objectividade, reflexão, ponderação, independência, bom contacto social mas selectivo e adaptabilidade.


O leitor perguntará pela medida padrão para classificar estes espaços. Em Portugal, infelizmente, ainda não existem tabelas padronizadas, porém, deixo algumas dicas, já aplicadas noutros países, que podem ajudá-lo a conhecer-se melhor, através da análise da sua escrita:

  1. -A medição do espaço está directamente relacionada com a dimensão da zona média da escrita do escrevente.
  2. -A separação normal entre palavras corresponde à largura de um “m” minúsculo manuscrito, com três pernas.
  3. -O afastamento normal entre letras equivale, mais ou menos, a dois terços da largura dum oval.
  4. -A distância normal entre linhas é equivalente à altura de três “m” manuscritos.
  5. -Comparar o espaço deixado entre letras, entre palavras e entre linhas.
  6. -Observar o predomínio de cada tipo de espaço em vários documentos, se possível, de períodos diferentes.
  7. -O grau de presença de outros parâmetros, como a rapidez ou lentidão da escrita, alteram a avaliação.
  8. -Não aplicar estas normas a crianças, devido à falta de personalização da escrita.
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