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20 dezembro, 2009

Renna Nezos

Renna Nezos, nascida na Grécia, em 1931, estudou grafologia em Paris, onde exerceu como grafóloga 20 anos e mudou-se para Londres. Constituiu a Academia Britânica de Grafologia, em 1985, e a Faculdade Londrina de Grafologia (considerada pelo governo britânico a instituição grafológica mais credenciada do Reino Unido e onde Renna lecciona esta ciência). Formou a editora Scriptor Books que edita e traduz livros da especialidade. Em 1999, criou o Instituto Grego de Grafologia, em Atenas, Grécia.
Dedica-se ao ensino e à investigação da Grafologia há mais de trinta anos. É diplomada pelo Instituto Internacional de Pesquisas Grafológicas. Representa no Reino Unido a Société Française de Graphologie e o Groupement des Graphologues Conseils de France, é membro honorário da Agrupacion de Grafoanalistas Consultivos (Espanha) e do Centro Internazionale di Grafologia Medica (Roma), e é correspondente da Associazone Italiana Grafoanalisi per l'Éta Evolutiva (Torim, Itália).
Renna foi co-fundadora da Associação Deontológica Europeia de Grafólogos (ADEG), a mais importante instituição internacional do género a nível mundial, de que foi presidente por três vezes- Escreveu numerosos artigos. Publicou os livros: Graphology - The Interpretation of Handwriting (1986), pesquisa cuidadosa e análise de escritas com a finalidade de detectar vários aspectos da personalidade); Advanced Graphology (1992), com muita informação e uma grande quantidade de amostras de escrita); Judicial Graphology (1994), onde coloca em evidência elementos inconscientes da escrita, tornando-se, por isso, uma obra de referência para os peritos forenses).
Para Renna Nezos, nenhum sinal assume um significado fixo, porque cada sinal é valorizado conforme o número de vezes que aparece na página, a zona onde se localiza, o seu contexto e formnivel do grafismo.

16 dezembro, 2009

Ludwig Klages

Friedrich Konrad Eduard Wilhelm Ludwig Klages (1872-1956) foi filósofo, psicólogo e grafólogo alemão. Sofreu algumas influências de Friedrich Nietzsche. Fundou a Sociedade Alemã de Grafologia. Entre as obras que escreveu contam-se Os problemas de grafologia (1910), a obra clássica A Escrita e o Carácter (1917) e Introdução à psicologia da escrita à mão (1924).

Klages criou o conceito de formnivel (nível de forma) que expressa a energia vital ou intensidade de vida. O formnivel positivo ou negativo refere-se ao conjunto (visão global) da grafia e não apenas ao género forma. Para este filósofo e grafólogo em cada ser humano existem dois princípios – o espírito e a vida – sempre em perpétua luta entre si.

Em Klages, cada sinal gráfico pode ter vários significados, dependendo do ritmo pessoal da escrita. Com ele a grafologia adquire, na Alemanha, o estatuto de ciência e passa a ser ensinada na Universidade.

Para este autor, nas escritas com maior irregularidade predomina a vontade e naquelas com menor irregularidade, a falta de força de vontade (domínio de instintos, impulsividade, paixão e impetuosidade). Mas uma escrita irregular pode ser de um aventureiro errante, sem carácter, ou de um génio como Beethoven, com impetuosidade e paixão. Por isso, não se pode olhar apenas à regularidade ou irregularidade da escrita, mas em primeiro deve-se colher o ritmo.

Para apreciar o ritmo, Klages aconselha o grafólogo a inverter o texto (a voltar a folha debaixo para cima), a fim de se livrar de qualquer preferência pessoal e obter uma imagem pura do substrato da escrita. Quanto mais natural for a letra maior formnivel possui. O autor tem sempre presente o dualismo expressivo dos sinais gráficos: “a continuidade do movimento sem perturbações do traçado é tanto sinal de calma como de falta de sensibilidade” (A escrita e o carácter). A vida manifesta-se através do ritmo e este é uma manifestação primordial da vida que está constantemente no início. O espírito reprime o ritmo, através da força reguladora da norma. Cada movimento humano tem uma forma original, incluindo o movimento gráfico. Uma escrita será tanto mais original quanto mais profundo for o grafismo. Qualquer exagero diminui o nível do valor expressivo do sinal gráfico. A proporção e a regularidade aumentam o formnivel.

O autor recorda que é preciso medir a intensidade do impulso vital e a intensidade da resistência, porque pode haver um grande impulso e uma maior resistência ou um pequeno impulso sem resistência. Exemplifica com o caso de duas crianças que perante o desejo de colher uma tulipa, uma colhe-a imediatamente e a outra abstém-se. Mas a que se abstém pode ter maior desejo (maior impulsividade instintiva) do que a criança que a colhe, mas ficar inibida por medo da punição (força antagónica). Segundo a teoria de Klages, a própria vida alimenta um instinto e o seu contrário para que ambos adquiram uma força que os leve a afirmarem-se como riqueza de vida ou vacuidade, impulso ou sua ausência.

Assim, como cada canção tem o seu ritmo (que não se confunde com compasso porque este não tem alma, é mecânico), cada ser humano tem o seu ritmo de vida, espécie de onda original que produz sempre formas semelhantes, mas nunca iguais, porque “o ritmo é a manifestação primordial da vida”. O relógio e o compressor, diz Klages, têm ambos compassos, mas não têm ritmo. A vida da escrita está na força do seu nível formnivel, no seu movimento original. A força criadora do grafismo pode não ser completamente harmónica, como é o caso da escrita de Beethoven, mas que tem uma força criadora indiscutível.

14 dezembro, 2009

Max Pulver

Max Albert Eugen Pulver (1889–1952), filósofo, psicanalista, escritor e grafólogo suíço, baseado na teoria do inconsciente colectivo de Jung, desenvolveu a interpretação psicológica do simbolismo do espaço gráfico, introduzindo as técnicas psicanalíticas no estudo da escrita.

Ensinou grafologia no Instituto de Psicologia Aplicada de Zurique, fundou a Sociedade Grafológica de Neuchatel e escreveu obras de referência como, Symbolik der Handschkrft, (1931), Person, Charakter, Schicksal (1944), Der Intelligenzausdruck in der Handschrift(1949).

Segundo Pulver, o escrevente, através das formas verbais, projecta-se inconscientemente a si mesmo no espaço da página atraído pelos vectores: alto, baixo, esquerdo, direito. Em cima, estão a imaginação, as ideias, a moral, o bem, o dia, o céu, o intelecto, o pai, o espírito e Deus. Em baixo, estão os instintos, a materialidade, a sexualidade, a noite, o mal, o inconsciente, a terra, a escuridão e o Demónio. À esquerda, o princípio, o passado, a família, a mãe e a interioridade. Á direita, o tu, o futuro, o fim, o mundo exterior, o outro e o desconhecido. O centro está associado ao coração, à afectividade, à acção, ao eu e à realidade. A cabeça erguida é sinal de alegria, a cabeça baixa, sinal de tristeza.

Esta visão simbólica do espaço gráfico (com seus arquétipos ou forças dominantes: direita, esquerda, alto, baixo), elaborada Max Pulver e retomada por alguns grafólogos contemporâneos, abrange as letras, as palavras, as margens, os espaços em branco, as margens, a inclinação, a pontuação, dos traços dos tt, a colocação da assinatura.

Para Pulver, a escrita da esquerda para a direita do mundo ocidental simboliza o movimento em direcção ao tu, ao exterior, à expansão. Ao passo que, é uma característica do mundo oriental (árabe e semita) a tendência para voltar às origens, aos valores do passado e à meditação.

Este simbolismo espacial pulveriano não se opõe aos movimentos neurofisiológicos, mas, pelo contrário, confirma-os. Ele é aplicado não só na escrita, mas também na interpretação de testes projectivos e desenhos. Todavia, já, Platão, no Timeu, se refere ao Kora, em que o ser (espaço) está acima, o estar (espaço concreto) está abaixo, o mito está à esquerda e o logos à direita.

Dentro destes conceitos, uma zona superior predominante (prolongamentos superiores das letras) pode denotar orgulho, domínio do pensamento, da criatividade, do sonho da espiritualidade, idealismo, utopias, gosto pela reflexão, pelo mundo das ideias, pelo essencial das coisas. Uma zona média predominante (zona média das letras e os ovais), com realce das letras a, c, e, m, n, o, r, s, u, v, w, x em detrimento das restantes, pode indicar domínio do sentimento, da afectividade, da emoção, sensibilidade. Uma zona inferior predominante (prolongamentos inferiores das letras) pode referir-se à materialidade, à realização concreta, à sensualidade e aos instintos. Estas características observam-se nas pernas consoantes g, j, p, q, y, z e f.

Pulver inventariou um conjunto de sinais de insinceridade e afirmou que “o escrevente desenha inconscientemente a sua própria natureza interior”.

30 setembro, 2009

Jean Hippolyte Michon

Jean Hippolyte Michon (1806-1881), abade, botânico de renome, historiador, teólogo e arqueólogo, foi o fundador da escola francesa de grafologia e é considerado o precursor da ciência grafológica.
Este autor introduziu a palavra grafologia (termo que provém das palavras gregas “graphein” que significa “escrever” e “logos” que quer dizer “estudo”) e utilizou pela primeira vez o método grafológico, deduzindo características psicológicas de um indivíduo, com base na análise da sua escrita.

Durante a sua vida sacerdotal, Michon realizou várias conferências, onde expôs e comentou as novas descobertas científicas, sentindo a oposição da alta sociedade da sua época.

Em 1848, abandonou o ministério paroquial e assumiu o cargo de director do colégio de Thibaudières. Aqui tornou-se amigo do erudito abade de Flandrin que lhe explicou que existia um meio de conhecer as aptidões dos seus alunos, servindo-se da escrita (um conjunto de sinais gráficos que permitiam determinar alguns traços da personalidade do seu autor).

Dentro do espírito das descobertas do século XIX, ele estudou meticulosamente a escrita manual e criou um grande número de sinais gráficos que estavam relacionados com determinados traços do carácter.

Michon empregou todo o tempo e os meios disponíveis ao serviço daquilo que ele designou por “nova ciência”. O seu raciocínio era baseado na relação íntima entre o pensamento e a escrita. Para ele o sinal gráfico estava intimamente relacionado com o sinal psicológico.

Elaborou a teoria do sinal fixo (método baseado na interpretação mais ou menos fixa dos sinais gráficos) que corresponderia a um determinado traço do carácter e a teoria do sinal negativo que consistia em admitir que a ausência de um sinal na escrita permitia deduzir a existência de um traço do carácter com sinal oposto.

Em 1860, no seu livro La Rénovation de l'Eglise, defendeu a eleição dos bispos e o fim do celibato dos padres. Foram-lhe fechadas todas as portas e teve que abandonar o colégio.
Dedicou-se, então, com entusiasmo, à análise da escrita e expôs a sua descoberta em Le Journal de l'Autographe que suscitou um grande interesse.
Em 1872, publicou o livro Les Mystères de l'Ecriture que obteve um enorme sucesso, tendo sido traduzido em várias línguas, entre as quais a portuguesa. Na sua obra Système de graphologie (1875), procurou encontrar os fundamentos teóricos da grafologia.

Escreveu outros livros, como La méthode pratique de graphologie e La graphologie ou l’art de reconnaître les hommes par l’écriture. Criou ainda Societé Française de Graphologie (1871) e a revista La Graphologie, que ainda hoje se publica.
Michon tinha consciência que “o coração do homem está cheio de contradições”, afirmando que a tenacidade e a debilidade de carácter podem coabitar na mesma pessoa.

O grande mérito de Michon está em ter edificado a grafologia sobre bases sólidas e em abrir vários campos de análise.
Termino com duas citações do autor: "A escrita é o relevo visível do pensamento", "on pourrait faire une histoire politique des progrès de l'esprit, de la civilisation, et de la liberté d'une nation avec les seuls manuscrits autographes des contemporains".

31 agosto, 2009

Paulo Sérgio de Camargo

Paulo Sérgio de Camargo, conceituado grafólogo brasileiro, investigador, professor no Centro de Psicologia Aplicada no Rio de Janeiro, vice-presidente da Sociedade Pan-Americana de Grafologia, colaborador em revistas e periódicos, membro da Sociedade Brasileira de Grafologia, professor do Colégio Binet de Buenos Aires, palestrante e orientador de cursos de Grafologia, é especialista em linguagem não verbal e Recursos Humanos, possuindo uma das maiores bibliotecas de grafologia da América do Sul.
Camargo está procurando fazer escola no Brasil, baseando-se especialmente na grafologia francesa, sem deixar de lado outras correntes grafológicas, como, por exemplo, a morettiana e a alemã.
É autor de diversos livros da especialidade, entre os quais se contam:
  • Grafologia Expressiva, onde analisa centenas de textos e as origens do método grafológico.
  • A Grafologia no Recrutamento e Selecção de Pessoal, o primeiro livro do género no Brasil.
  • Assinatura e Personalidade, onde mostra o perfil de muitas personalidades brasileiras e interpreta os oito géneros gráficos.
  • A Escrita Reflecte sua Personalidade, que abrange a história de grafologia e os vários géneros.
  • Psicodinâmica do Espaço na Grafologia, em que estuda a grafologia por meio da dinâmica do espaço.
  • Dicionário de traços na grafologia, onde apresenta os principais síndromes da grafologia.

No passado mês de Agosto foi entrevistado no programa televisivo de Ana Maria Braga, em que abordou diversos aspectos da grafologia e analisou algumas letras de personalidades públicas.
Recentemente está dinamizando o fórum grafonauta@yahoogrupos.com.br, seguido, com grande animação, especialmente por grafólogos (as) brasileiros (as), consultores de recursos humanos e psicólogos, onde se debatem ideias, trocam impressões, expõem dúvidas e divulgam iniciativas.

Junto o link para poder ver e ouvir a interessante e divertida entrevista.

http://maisvoce.globo.com/MaisVoce/0,,MUL1272399-10345,00.html

31 julho, 2009

Francisco Queiroz

José Francisco Ferreira Queiroz, 36 anos, licenciado em História e doutorado em História da Arte, Investigador, professor na Escola Superior Artística do Porto, prefere utilizar a designação de Psicologia da Escrita à de Grafologia, devido à conotação pejorativa a que esta, nalguns meios, ainda está associada.

Francisco Queiroz é um dos poucos estudiosos portugueses que descobriu o potencial desta ciência da escrita, que considera um ramo experimental da Psicologia.

Desde 1990, exerce actividade de investigação sobre a Psicologia da Escrita aplicada na investigação em História da Arte e sobre a escrita e o desenho de adolescentes.

Em 1991, escreveu Introdução à Psicologia da Escrita, o primeiro livro do género aplicado ao contexto português, escrito com rigor científico. É uma obra de leitura fácil e com uma grande abrangência.

Nos últimos anos, orientou vários seminários e cursos de Introdução à Psicologia da Escrita para estudantes do ensino superior e para professores dos ensinos secundário e superior (num deles tive eu a minha iniciação). Colabora com periódicos internacionais da especialidade.

Francisco Queiroz gosta de comparar os documentos manuscritos a fósseis, devido à enorme riqueza que subjaz no traçado. Só que a escrita, costuma repetir, não determina factos (praticados ou a praticar pelo sujeito escrevente), mas indica tão-somente tendências ou predisposições.

Muito espera a Psicologia da Escrita deste investigador, avesso a atitudes de ligeireza e desejoso de ver reconhecida em Portugal esta nova ciência.

Com a criação do seu Centro de Estudos de Psicologia da Escrita foi dado um primeiro passo “para auxiliar e fornecer formação a todos os verdadeiramente interessados”.

25 julho, 2009

Mauricio Xandró

Maurício Xandró (pseudónimo de Pedro Germán Belda González), um dos grandes expoentes da grafologia em língua castelhana, nasceu em 1924, em Bilbao, Espanha.
Aos 85 anos de idade, vive em Madrid e continua a investigar, a escrever e a ensinar grafologia. Há mais de 50 anos que se dedica com alma e coração a esta ciência humana, criando um método próprio que pode ser aprendido nos cursos por si orientados presencialmente ou à distância.
Iniciou a sua colaboração grafológica como autodidacta, na idade de 22 anos, numa revista paroquial, e, passado um ano, estudava grafologia com profundidade, junto de Augusto Vels e, mais tarde, de Matilde Ras.
Em 1970-72, diplomou-se em Grafopsicologia, Grafopatologia e Selecção de Pessoal pela Universidade Complutense de Madrid, onde hoje é docente nas Faculdades de Medicina e de Psicologia.
Em 1975, fundou a Sociedade Espanhola de Grafologia, de que actualmente é presidente, com o objectivo de divulgar, investigar e ensinar a ciência grafológica.
Da sua numerosa bibliografia, destaco obras como Grafología Superior (1991), El Análisis Grafológico Sencillo (2000), Grafopatología (2001), Grafología para Todos (2005) e Test de Machover, Pareja y Familia (2007).
Na Grafología Superior desenvolve, pela primeira vez, o seu método próprio, com a teoria dos reforçantes, reformando os factores de personalidade de J. Crépieux-Jamin.
El Análisis Grafológico Sencillo é uma introdução acessível aos vários temas da grafologia.
Na Grafopatología estuda a influência de diversas doenças sobre a escrita, nomeadamente, do Parkinson.
A Grafología para Todos é um bom guia para os que desejem iniciar-se na técnica de análise da personalidade, através da escrita, aprendendo como classificá-la e interpretá-la.
O Test de Machover, Pareja y Familia inclui orientações sobre os vários testes sobre a figura humana.
Em 1997, foi distinguido, em Buenos Aires, com o título de Perito Grafólogo Oficial “Honoris Causa” do Colégio Universitário Emerson e de professor “Honoris Causa” em Psicologia pela Universidade de Flores.
M. Xandró realiza seminários e conferências e tem colaborado em vários meios de comunicação (tv, rádio, revistas, jornais), nomeadamente, no Jornal de Notícias (Portugal).
Quando, num seminário, em Madrid, tive a honra de o conhecer pessoalmente, marcou-me, de imediato, aquela pessoa comunicativa, alta, magra e com grande barba branca.
Oxalá que a saúde continue a bafejá-lo por muitos anos, para que possa continuar a entregar-se à ciência que tanto adora e que lhe permite desvendar melhor a personalidade humana.

05 julho, 2009

Alberto Vaz da Silva

Alberto Vaz da Silva, licenciado em direito, ex-advogado, 72 anos, com 4 filhos, exerceu advocacia durante mais de 30 anos e há mais de 40 que se interessa pela grafologia. Gosta de astronomia; fez uma viagem ao Hemisfério Sul para ver grupos de constelações. Disse que as constelações também são uma escrita e que gostava de decifrar essa escrita
Este grafólogo português aprofundou a grafologia junto de Rosaline Crepy que utilizava um método específico, baseado essencialmente no significado simbólico de cada letra (maiúscula ou minúscula), algarismo e outros sinais gráficos. Vaz da Silva considera que a escrita é fascinante porque serve de veículo às mensagens do inconsciente.
Durante 5 anos, Vaz da Silva contactou pessoalmente com Roseline, já com 89 anos. A paixão pela escrita tomou conta deste grafólogo, continuador da obra e do método da sua mestra. Depois do exame que aquela fez da sua escrita, sentiu-se psicanalisado e descobriu-se verdadeiramente a si próprio.
Com gabinete no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, organiza Cursos de Iniciação à Grafologia, orienta Workshops, disponibiliza sessões de grafoterapia, consultas individuais, pareceres a empresas (especialmente no apoio à selecção de pessoal).
Considera que nasceu para se libertar a si e libertar os outros. E um instrumento para tal libertação é a escrita. Vaz da Silva afirma que “todo o arcaboiço da grafologia é psicológico” e refere que há escritas que o deslumbram porque “são como minas de ouro”.

25 fevereiro, 2009

Augusto Vels

Augusto Vels, pseudónimo de Alfonso Augusto Velasco Andrea (1917-2000), é considerado o decano dos grafólogos espanhóis. Estudioso, com grande rigor científico e sempre aberto a críticas e sugestões, Vels, colocou a Espanha, no âmbito da Grafologia, a nível de países como França, Itália e Alemanha.

Foi através de Matilde Ras que ele se iniciou nesta nova ciência, formando-se em Psicologia nas vertentes das Profundidades, da Caracterologia e do Psico-diagnóstico.

Augusto Vels deu um importante contributo à Grafologia, tendo criado o método da Grafoanálise que está a ser continuado pelo seu discípulo e amigo Francisco Viñals e por Maria Luz Poente. Este método é uma ferramenta útil para o diagnóstico de qualquer grafismo, onde uns conteúdos estão manifestos e outros, latentes.

Vels estabeleceu técnicas práticas apoiadas em bases científicas na selecção de pessoal, na psicologia clínica e na pedagogia.
Em 1943, foi professor de Caracterologia e Grafologia em diversos centros.
Em 1948, organizou um Curso de Grafologia na Universidade de Barcelona e participou em conferências e congressos e publicou artigos em revistas da especialidade.

Entre as dezenas de obras que escreveu, destacam-se:
A Linguagem da Escrita (1949), Escrita e Personalidade (1961), traduzida em várias línguas, A Selecção de Pessoal e o Problema Humano nas Empresas (1970), Dicionário de Grafologia (1972), Grafologia Estrutural e Dinâmica (1994) e Grafologia de A a Z (2000).

Vels afirmava que a grafologia tinha a vantagem de nos dar uma imagem fiel do sujeito, realizada por ele mesmo e sem as inibições próprias doutros testes psicotécnicos.

Em 1980, ajudou a fundar a Asociación Profisional de Grafólogos que mais tarde abandonou, devido ao rumo ocultista que ela tomara, quando Rosa Botey era directora. Mais tarde, juntamente com outros grafólogos, fundou a actual Agrupación de Grafoanalistas Consultivos de España.

Em 1997, foi nomeado professor honorário do Programa de Perito Calígrafo Judicial de Peritagem Grafopsicológica, da Escola de Pós-graduação da Universidade Autónoma de Barcelona.

Durante uma sessão de homenagem que lhe foi prestada pela AGC, Augusto Vels referiu que nunca se conformou com uma Grafologia como arte divinatória e afirmou que se podem tirar conclusões sobre as atitudes e carácter através da análise da escrita. A sua especialidade, durante mais de 50 anos, foi a selecção e formação de pessoal em empresas.

19 julho, 2008

Jules Crépieux-Jamin

  • Jules Crépieux-Jamin (1858-1940), médico francês, discípulo de Michon, fez modificações às teorias do mestre (deixando de atribuir valor fixo aos sinais gráficos) e iniciou um novo método de análise grafológica, melhor fundamentado psicologicamente, concebendo a escrita como movimento. Ele é, geralmente, considerado o verdadeiro fundador da grafologia. Criou a École Française (1929), publicou, além de outros títulos, L`Écriture et le caractère (1888), Traité pratique de graphologie, Les éléments de l'écriture des canailles e ABC de la Graphologie (1927), a sua obra clássica, que teve duas edições em português (1943). O autor estabeleceu que o movimento gráfico e, por conseguinte, toda a escrita, apresentava sete características (géneros) fundamentais que, por sua vez, se subdividem em centenas de espécies:
  • A ordem consiste na distribuição das letras, das palavras e das linhas no espaço e relaciona-se com a capacidade de adaptação do escrevente.
  • A dimensão consiste no tamanho das letras e está relacionada com a expansão dos impulsos e necessidades.
  • A forma consiste no formato ou modelo de escrita e pode evidenciar os interesses e preocupações.
  • A direcção é a trajectória seguida pela linha base da escrita e pode assinalar as variações de humor ou estabilidade.
  • A pressão é a força exercida sobre o papel, podendo indiciar energia ou vitalidade.
  • A velocidade traduz-se na rapidez do traçado, sendo capaz de evidenciar actividade e inteligência.
  • A continuidade é o estilo de ligação entre as letras e palavras, podendo assinalar intuição e constância.


Estes géneros ainda hoje são estudados pelos grafólogos e é através da sua análise que se chega às várias características da personalidade do escrevente. Para Crépieux, não se pode interpretar o movimento da escrita, sem ter em consideração o contexto em que se apresentam as várias espécies. O autor formulou a teoria das resultantes, produto de vários sinais, e assim se expressa: "Todo o sinal gráfico sofre influências de um outro sinal". E para avaliar o contexto global, Crépieux criou os conceitos de harmonia e de desarmonia, que serviam para caracterizar certos valores da personalidade. Ele demonstrou, ainda, que a idade e o sexo não podiam ser determinados pelos sinais grafológicos.
Como já referi neste blog, foi com o caso do hebreu Alfred Dreyfus, em 1894, que a grafologia judicial ganhou imenso relevo, ao descobrir o verdadeiro autor dum documento falsificado que levou aquele judeu, oficial do exército francês, ao exílio e mesmo à prisão. Crépieux-Jamin, quando lhe foi entregue a peritagem, em vez de se basear unicamente na comparação das simples letras, concentrou, especialmente, a sua atenção sobre os sete géneros atrás referidos. A falsificação da letra de Dreyfus foi, então, atribuída ao verdadeiro autor, um seu companheiro de armas e oficial francês, Esterhazy, que foi incriminado. Dreyfus foi consideradado inocente e libertado. No desencadeamento deste processo teve um papel fundamental um artigo do escritor Émile Zola, no jornal L`Aurore, em 13 de janeiro de 1898, com o título J`accuse (Eu acuso).
Crépieux era um grafólogo de espírito aberto, afirmando que os conceitos e as terminologias devem mudar com as épocas e com as mudanças da sociedade. Ulteriores investigadores grafológicos, como Ludwig Klages, Max Pulver e Saudek seguem as suas pegadas.

10 junho, 2008

Girolamo Moretti

Girolamo Moretti (1879-1963), italiano, frade franciscano, homem de grande intuição, elaborou um método grafológico original a partir de 1905. Em 1914, sob o pseudónimo de Umberto Koch, publicou um Manual de Grafologia. Outras obras se seguiram: Pecado. Psicologia e Grafologia dos 7 Pecados Capitais, 1937; Tratado Científico de Perícia Gráfica sob base Grafologica, 1942; Grafologia Somática, 1945; Grafologia Pedagógica, 1947; Grafologia das Atitudes Humanas, 1948; Os Santos da Escrita, 1952 ; Insuficiências, Anomalias da Psique e Gafologia, 1962; A Paixão Predominante, 1962. E obras póstumas: 4 volumes de Análise Grafológicas, 1966, 1970, 1972, 1976; Os Grandes da Escrita, 1966; Grafologia e Pedagogia na Escola Obrigatória, 1970; Autobiografia, 1977.
Dotado duma atitude psicológica perspicaz, sem estudos específicos de psicologia, Moretti conseguiu transformar as próprias intuições em afirmações científicas. O seu método rigoroso e objectivo, baseia-se em "segni" precisos e quantificáveis que, na sua complexidade dinâmica, se tornam reveladores da personalidade do escrevente, visto que, segundo Palaferri, reflectem, directamente, a estrutura constitucional e psicológica do sujeito.
Moretti tinha uma visão unitária, complexa e dinâmica do homem, apesar de não se ter preocupado com a sistematização das categorias. Preocupou-se mais com a sua dinâmica e interacção. Afirmou que cada sinal grafológico devia ser considerado no seu movimento e não na sua forma. Classificou os sinais (segni) em substanciais, modificantes e acidentais. O seu sistema apresenta categorias ou géneros semelhantes aos de Crépieux-Jamin e outros originais. Criou uma tipologia caracterológica da personalidade humana: Cessione, Atesa, Resistenza e Assalto. A grafologia científica deve-lhe muito. Fez milhares de análises grafológicas. Os seus discípulos F. Giacometti, F. Merletti, N. Palaferri, S. Ruzza, L. Torbidoni, entre outros, continuaram a sua obra. Fundaram o Instituto G. Moretti e o ensino universitário da grafologia na Universidade de Urbino, em 1977. Hoje, publicam-se as revistas Scrittura e Scienze Umane & Grafologia, dentro do método moretiano. Este método atribui grande importância à bipolarização curva-ângulo, vontade-pensamento.
A obra de Moretti tem um valor mundial e continua a ser objecto de estudo e de congressos internacionais.
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