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01 março, 2012

Automatismos grafomotores e instrumentos da escrita

É comum uma pessoa habituar-se a escrever com determinado instrumento. Também, neste campo, o homem é animal de hábitos. Os automatismos grafomotores de cada sujeito adaptam-no a determinado tipo de instrumento. Quando descobre que certo instrumento se torna mais cómodo e lhe permite escrever com maior velocidade, o escrevente faz a sua opção. Conheço escreventes que apenas se sentem bem a escrever com caneta de tinta permanente e nunca adoptaram (e nunca se adaptaram) à vulgarizada esferográfica. Por outro lado, existem outros escreventes que sentem necessidade de ir mudando de instrumento da escrita, porque a evolução ou alteração da sua personalidade ao longo do tempo, especialmente na fase do desenvolvimento, a isso os conduz. A escolha não se dá ao acaso, nem é devida a um simples capricho. Por trás de cada opção, existem “motivos” ignorados pelo próprio escrevente.
Há crianças que, por sua iniciativa, abandonam o lápis, muito mais cedo do que outras, porque se sentem mais seguras no traçado e querem deixar uma marca mais duradoura no seu grafismo.
Nestes casos, o professor costuma acompanhar a evolução dos seus alunos, observando a distância dos dedos – polegar, indicador e médio – em relação ao papel, a espessura do utensílio e modo como este é segurado entre os dedos, tendo em consideração as melhores condições ergonómicas.
Uma esferográfica demasiado pesada, por exemplo, prejudica a qualidade da escrita e exige um esforço desnecessário à criança nos movimentos grafoescriturais.
As posições pedagógicas do docente e as vivências socioculturais da criança constituem factores predominantes para uma boa aprendizagem do manuseamento do instrumento da escrita mais apropriado e para o correspondente desenvolvimento de competências linguísticas. Pois, a gestualidade do ato gráfico não é uma propriedade inata ou básica, como são a alimentação ou a higiene pessoal, mas uma capacidade treinada que pressupõe a aquisição topológica do esquema corporal.

11 fevereiro, 2012

A pressão e os instrumentos de escrita

Todos os utensílios de escrita exigem maior ou menor pressão para traçar as letras. A escolha dum marcador ou duma caneta de feltro deixa um traçado espesso, sem necessitar de grande pressão.

Uma escrita pastosa pode significar sensualidade, calor vital, capacidade artística ou impressionista. A este propósito, M. Pulver afirma “É o espírito que cria o instrumento e não o instrumento que cria o espírito” (O Simbolismo da Escrita). E acrescenta ainda “A pressão gráfica é, pois, proporcional à necessidade de manifestar a sua força”.
A caneta de tinta permite um melhor registo da sensibilidade do escrevente do que a esferográfica, fazendo sobressair mais a diferença de espessura entre os traços ascendentes e os descendentes.
Há quem prefira continuar a usar a caneta em vez da esferográfica por ser mais sensível. Assim, a pressão forte ou fraca terá sempre um significado diferente. Não será por acaso que dado escrevente investe na pressão forte, apesar de “saber” que esta retarda os movimentos da escrita.
Uma menor pressão costuma corresponder a um maior altruísmo. E uma maior pressão pode significar maior sensualidade, maior força emocional, uma libido forte e resistência ao cansaço. Gastar mais energia para realizar o mesmo trabalho é uma opção consciente/inconsciente do escrevente. E para conseguir essa maior ou menor pressão escolhe o instrumento mais apropriado.
As crianças aprendem a escrever, normalmente, com o lápis, por ser mais versátil que os outros instrumentos de escrita e económico, aguentando a irregularidade de pressão imprimida e possibilitando apagar os erros cometidos.
Há pessoas que precisam de sentir o papel. Aquelas que gostam mais de escrever com lápis do que com esferográfica, é porque precisam de sentir o seu atrito. Por analogia, pode dizer-se que as pessoas que estão sempre a participar ou a reclamar gostam de provocar atrito indirecto. Quem deixa um baixo-relevo acentuado no verso da folha, apertará fortemente a sua mão, quando o cumprimentar.
É pela pressão que se reconhece a tridimensionalidade da escrita. Uma maior pressão corresponderá a um sulco mais profundo deixado na folha.
Quando se faz uma análise da escrita, seja para fins periciais ou  grafopsicológicos, é sempre importante identificar o instrumento utilizado e as suas caraterísticas.
 Poderíamos interrogar-nos por que determinado escrevente opta por certo instrumento e não por outro. A opção pode já ser reveladora de certas tendências do escrevente. Quem gosta de marcar terreno preferirá, certamente, um instrumento que deixe um traço mais grosso.
Deve, porém, ter-se presente que um indivíduo  prefira este ou aquele instrumento em detrimento de outros, apenas por uma questão de hábito.

06 janeiro, 2012

Instrumentos da escrita manual

. Um pouco de história

A escrita é uma das mais importantes descobertas do homem. No entanto, para a realizar são necessários, além do suporte, instrumentos apropriados.
Na escrita cuneiforme dos babilónicos eram utilizados pedaços pontiagudos de madeira ou ossos para marcar, permanentemente, os carateres nos blocos de argila. E os egípcios usavam materiais idênticos, que molhavam em tinta, para escreverem sobre o papiro.

Durante mais de um milénio, a pena tornou-se o principal utensílio da escrita. No século VI, Santo Isidoro de Sevilha já se refere à preferência por penas de ganso, de cisne e de pato, que eram preferidas em detrimento das de outras aves por causa da espessura da cânula. As penas eram afiadas em bisel e ligeiramente perfuradas para que a tinta saísse compassadamente.

Nas idades média e moderna, a pena torna-se símbolo de cultura e distinção inteletual. Retratos de pessoas ilustres aparecem com a pena na mão.

As canetas de pena eram ainda usadas em pleno século XVIII e com elas foi escrita e assinada a Constituição dos Estados Unidos.

No século XVIII, surgem novos instrumentos como o lápis e a caneta de aparo que também tinha a designação de “pena”.

A caneta é formada por uma haste em madeira ou metal, com um acessório metálico na ponta para encaixar aparos de diferentes modelos e espessuras, aparecendo alguns com reservatório de tinta.

Com o desenvolvimento, no século XVIII, em Inglaterra, da caneta de tinta permanente, com reservatório próprio, não deixou de ser necessário estar frequentemente a molhar a caneta na tinta.

No século XVI, aparece na Grâ-Bretanha, o primeiro registo do uso de grafite nas minas dos lápis. O lápis é outro instrumento consiste num estilete de grafite sob a forma de vareta que se introduz numa tira de madeira perfurada. A grafite é um material de cor negra e com fraca dureza. Com a junção de elementos corantes, fabricam-se lápis de cor. Em 1936, foi fundada em Portugal, a fábrica de lápis “Viarco”. Os lápis têm, normalmente, forma hexagonal para não rodarem.

Em 1822, John Isaac Hawkins e Sampson Mordan inventam a lapiseira, substituindo-se a madeira por metal. Com base num mecanismo de alimentação e duma mola, as minas são empurradas para a superfície, quando se pretende escrever.

Ulteriormente, surgem novos tipos de lapiseiras, com um calibre mais fino, que não necessitam de ser afiadas.

Em 1943, o jornalista húngaro László Biró patenteou a caneta esferográfica. A patente foi comprada pelo barão francês Marcel Bich, cuja firma BIC lidera o mercado mundial de esferográficas. A esferográfica  é um tipo de caneta em que a tinta humedece uma esfera rolante que desliza sobre a superfície do papel.


30 agosto, 2011

A escrita do esquerdino

O canhoto, no passado, era considerado um desajeitado, que se adaptava com dificuldade
 ao mundo feito à medida do destro. A discriminação negativa, baseada em preconceitos e superstições ligados à utilização da mão esquerda, muito comuns nos tempos idos e em várias civilizações, é, ainda, hoje, bem visível nalguns comportamentos sociais. 


Esquerdina do 12º ano, com 19 anos

São muitos os esquerdinos célebres, desde Leonardo Da Vinci até Bill Gates, passando Albert Einstein, que se destacaram no campo das ciências e das artes.

Na investigação que estou a ultimar sobre esquerdinos darei conta, neste blog, de alguns aspetos que poderão distinguir a sua escrita da dos destros.

 A criança, com tendência a utilizar predominantemente a mão esquerda, contrariamente ao que sucedia no passado, não deve ser contrariada, sob pena de prejudicar a qualidade da escrita e o sucesso educativo.
                                                                                Esquerdino do 1º ano, com 7 anos

Antes dos três anos não se encontra ainda definido o predomínio da lateralidade esquerda ou da direita. É, especialmente, no período pré-escolar e no início da aprendizagem escolar que se consolida a opção pela mão predominante. A criança começa a apresentar uma maior destreza de uma mão sobre a outra para escrever e para outras atividades. Nesta altura, o esquerdino tem que fazer mais esforço do que o destro para conseguir a mesma habilidade na motricidade fina.


O movimento da escrita da esquerda para a direita torna-se mais difícil para o esquerdino por sentir dificuldade em arrastar a caneta. O problema torna-se ainda maior, se não lhe forem ensinadas as técnicas apropriadas da escrita, como a posição da mão e do instrumento de escrever, a fim de não quebrar o ritmo nem esconder as palavras que acaba de redigir.

Enquanto o destro tem tendência a inclinar a folha para a esquerda, o esquerdino fá-lo para a direita. A escrita mais natural para o esquerdino seria iniciar as linhas e as palavras da direita para a esquerda, à semelhança da letra ao espelho.

Os esquerdinos encontram-se em todas as culturas. A sua percentagem talvez fosse maior se não houvesse ainda alguns contrariados por pressão social a escreverem com a mão direita.

Existem casos de ambidestrismo, em que o escrevente utiliza, com a mesma habilidade, qualquer das mãos. Quando a lateralidade for ambivalente, será conveniente que a criança opte pela mão direita. Pois, os esquerdinos encontram-se em desvantagem ao fechar uma torneira ou ao observar as horas num relógio, em que o seu funcionamento foi executado a pensar nos destros.
A principal causa do sinistrismo ou mancinismo é de origem genética, no predomínio  do hemisfério direito nos esquerdinos e do esquerdo nos destros.

19 outubro, 2009

Falsificação de Vermeer

A leiteira, uma das obras mais importantes de Vermeer
A falsificação, quando é total, costuma designar-se por contrafacção e por falsificação, quando é parcial: sujeita a junção, a eliminação ou a substituição de certas partes.

Para estabelecer a autoria ou não autoria de obras de arte, recorre-se, à peritagem gráfica, à análise química das tintas, das telas, dos materiais de suporte, à luz rasante, aos raios ultravioletas, infravermelhos ou laser.

Uma rigorosa análise grafológica da assinatura, confrontada com outras do mesmo autor, poderia facilitar a autenticação, porém, nos tempos antigos, as obras de arte apareciam por assinar.

Não se pode garantir a 100% a autenticidade de determinadas obras de arte, sendo provável que circulem no mercado muitas telas mal atribuídas, especialmente aquelas supostamente pintadas por grandes artistas já desaparecidos e que continuam a ser negociados por avultadas quantias.

Há galeristas que acumularam grandes fortunas à custa da falsificação e da comercialização de obras de artistas famosos como Dali, Picasso, Renoir e outros.

Na história das falsificações ficou famoso o caso do holandês Hans van Meegeren, (1889-1947), dotado de enorme talento para falsificação de obras de arte. Falsificou obras como Cristo e os Discípulos de Emaús, Mulher Surpreendida em Adultério e O Jovem Cristo Ensinando no Templo, atribuídos indevidamente a Johannes Vermeer (1632-1675), grande mestre holandês.

Meegeren, conseguia reproduzir os pigmentos da época, mas, perante a polícia, confessou ter falsificado obras-primas de Vermeer.

Meegeren, além de falsificador, foi um grande génio da pintura e poderia ser colocado ao lado dos grandes mestres holandeses. Foram os próprios críticos de arte que incluíram as obras de Meegeren no catálogo de Vermeer.

Meegeren ficou conhecido como um mago na arte da falsificação. Ele não se limitou a copiar Vermeer, mas pintou quadros e colocou neles a assinatura de Vermeer.

A grafologia terá um importante papel a desempenhar neste domínio, não só em relação à assinatura do artista, mas também no que respeita a qualidade do seu traçado (pressão, direcção, forma, distribuição,…). Se duas assinaturas sobrepostas coincidirem exactamente (se forem iguaizinhas) é prova evidente que uma ou ambas são falsas).

05 julho, 2009

Evolução da velocidade escrita na idade escolar

Apresento, em primeira mão, uma súmula dos resultados da pesquisa sobre a velocidade da escrita desde o 1º ao 12º ano de escolaridade, que levei acabo ao longo dos três últimos anos. Realizei mais de 2000 testes a alunos desde os seis anos e meio de idade até aos dezoito, numa escola do Grande Porto, Portugal. Contabilizei quase 300 000 caracteres.
Através duma simples frase, que toda a população testada escrevia, repetidamente, numa folha A4, sem linhas, durante um minuto, consegui os dados estatísticos, simplificados no gráfico acima, que traduzem o desenvolvimento da habilidade motora do aluno, associada ao aspecto intelectivo.
Tudo partiu do meu interesse em conhecer o desempenho dos alunos a nível de velocidade da escrita, ao longo da sua escolaridade. Constatei que há uma evolução contínua: partindo de uma média de 50 letras por minuto no 1º ano, até atingir cerca de 180 no último.
Temos agora uma tabela, mesmo que provisoriamente aferida, serve para avaliar a rapidez ou a lentidão da escrita dos alunos portugueses. É mais um instrumento colocado à disposição dos próprios, dos pais e dos educadores para a detecção do insucesso e das suas causas. Se o aluno, dum ano para o outro, reduz a velocidade, em vez de aumentá-la, algo se passa com ele. Se os seus pares conseguem fazer 100 letras e ele apenas 50, há que reflectir sobre esse facto.
No gráfico constam, simultaneamente, as médias dos dois sexos, mas como verifiquei uma certa divergência de valores entre estes, dar-lhes-ei um tratamento diferenciado.
Uma exposição mais pormenorizada sobre o método adoptado e sobre as conclusões a retirar será objecto duma posterior divulgação em formato papel ou digital.

31 janeiro, 2009

Catherine Mangaud e o envelhecimento

A grafóloga Catherne Mangaud publicou, na revista la graphologie, nº 273, da Société Française de Graphologie, um extracto do estudo que realizou sobre o envelhecimento através da escrita.
Analisou 60 textos de pessoas dos dois sexos, com idades próximas dos 50/60, 70 e 80 anos. Chegou à conclusão que as modificações gráficas mais marcantes nas pessoas idosas se manifestam principalmente ao nível das hastes das letras, da direcção da linha de base, na dimensão, na pressão, nas irregularidades a nível das entrelinhas, no espaço entre palavras, na deterioração de certas formas, nas tremuras do traçado, na fragmentação e nas amolgadelas dos ovais. Constatou que o esforço para compensar as crescentes dificuldades conduziu a uma escrita mais lenta e retocada. Concluiu que os sinais de envelhecimento na escrita são mais precoces nalguns idosos do que noutros com a mesma idade cronológica.

Observações
Segundo as normas clássicas, a grafologia não nos fornece a idade do escrevente, mas, através da degradação da escrita, com o avançar dos anos, pode dar-nos indicações sobre o ritmo de envelhecimento cerebral, porque escrever é um acto do cérebro. Mas é no texto, mais do que na assinatura, que se dão maiores alterações, visto que esta última obedece a certos automatismos que perduram durante mais tempo.

29 março, 2008

Escrita à mão e com teclado, de Liana Cantarelli

  • As pessoas estão a escrever menos à mão e mais ao computador. Estaremos no início do fim da grafologia?
    A grafóloga italiana, Liana Cantarelli, na revista Scrittura, n.º 143, apresenta um estudo comparativo entre textos escritos à mão e ao computador pelas mesmas pessoas. Constatou que existem certos géneros em que há divergências entre os dois tipos de escrita, mas descobriu outros em que há concordâncias:
    Chegou às seguintes conclusões:
  • Na ocupação do espaço-folha, os dois tipos de escrita apresentaram um aspecto compacto, com parágrafos e margens semelhantes.
  • Pessoas que fizeram letras altas e largas escolheram, no computador, caracteres mais altos e alargados.
  • A assinatura está colocada em idêntico local, nos dois textos.
  • À maior pressão na escrita manual correspondeu na do computador a escolha do negrito ou sublinhado.
  • O material de eleição para o grafólogo continuará a ser o documento escrito manualmente, apesar das semelhanças encontradas.

04 fevereiro, 2008

A escrita do António é lenta


Escrita com grau elevado dislexia, de aluno do 5º, com 12 anos
António, nome fictício, tem 12 anos, é um aluno com dislexia, repetente e com fraco aproveitamento escolar.
Sabendo eu que as crianças com uma escrita lenta apresentam geralmente mais dificuldadesdo que aquelas com uma escrita mais rápida, resolvi realizar provas da velocidade da escrita, junto deste aluno, para confirmar se era lenta ou rápida, comparada com outras.
Lembro que a velocidade da escrita está, geralmente, relacionada com rapidez de reacção, com o potencial do indivíduo, com a sua estrutura biotemperamental, com a intensidade de vida, com a agilidade de actuação, de pensamento, de imaginação e com a sua vivacidade. A prova foi realizada individualmente. Disse ao António que escrevesse o mais depressa possível, durante três minutos, a seguinte frase: As aulas estão quase a chegar ao fim. Frase tem vinte e nove letras variadas (com ovais, bucles, pernas e hastes). Recordei-lhe que não colocasse o ponto no fim da frase para não perder tempo. No início duma folha A4 pautada, escreveu uma vez a referida frase para se familiarizar com as palavras, para não precisar de olhar para o quadro e não perder tempo. Disse-lhe, ainda, que poderia utilizar o instrumento de escrita que desejasse; ele escolheu uma esferográfica azul. Cronometrei três minutos. O António realizou a prova, escrevendo sempre a frase inteira em cada linha. Como é esquerdino teve uma dificuldade acrescida em progredir da esquerda para a direita. O mais natural seria escrever da direita para a esquerda. O aluno colaborou bem e esforçou-se, escrevendo muito mais depressa do que costumava escrever nas aulas. Conseguiu fazer uma média de 89 letras por minuto. Média alta em ralação à lentidão normal da sua escrita, mas baixa se o compararmos com a outros colegas do 5.º e 6.º anos de escolaridade.
Em duas turmas com alunos de 10/11 anos, a média de letras por minuto dos rapazes foi de 112 e a das raparigas, de 123. E, em duas turmas com idades entre os 11/12 anos, os rapazes obtiveram 113 e as raparigas 117. Será também interessante, mais tarde, comparar a escrita das raparigas com a dos rapazes quanto à velocidade e a outros géneros. Tarefa que está nos meus objectivos.
Nesta e noutras amostras da escrita do António, nota-se uma grande falta de ritmo e muitos sinais de disgrafia. Uma análise pormenorizada poderia levar-nos a detectar outras tendências. Porém, o que interessava neste estudo era verificar o grau de velocidade. A escrita foi classificada como lenta, uma vez que este aluno já completou 12 anos, ainda frequenta o 5º ano e a sua rapidez é semelhante à dos alunos do 3º ano de escolaridade e com 9 de idade. Mais tarde, quando a população testada aumentar, terei dados mais fiáveis.
Muitos grafólogos, incluindo os da escola francesa, rconhecem que é difícil avaliar a velocidade a posteriori. Mas é possível encontrar traços distintivos entre uma escrita normal e uma rápida. Nos testes que efectuei, verifiquei diferenças quanto à pressão, à forma, à dimensão, ao movimento, à inclinação, à ordem, à continuidade e em certos gestos tipo.
Noutra ocasião, divulgarei, neste Blog os resultados duma amostragem com cerca 2500 alunos do 1º ao 12º anos de escolaridade, efectuada nos anos lectivos de 2005 e 2006 sobre a velocidade da escrita. Espero aumentar a população testada durante o corrente ano 2008, a fim de que os resultados sejam mais representativos. Para já foi interessante constatar que a velocidade média da escrita em turmas com melhor aproveitamento escolar era superior à de outras com mais fraco rendimento.
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