Meu nome completo é… :”
“Meu nome é … e tenho certas dúvidas quanto a assinatura, a realidade é que, como advogado preciso ter uma rubrica onde somente EU tenha a certeza que estive naquele local e assinei o papel.”
Análise da personalidade através da escrita
Aos algarismos e aos números aplicam-se, praticamente, os mesmos géneros e espécies que se aplicam às letras e às palavras. Os algarismos podem ser feitos com múltiplas formas, com certa pressão, com diversa velocidade, com diferente tamanho, com determinada ordem e com variadas inclinação e direcção. E nalguns números até se podem observar a continuidade e a ligação material ou aérea. Para não repetir as características psicológicas referidas na análise da escrita, vou apresentar apenas algumas mais significativas.
As crianças, no primeiro ano de escolaridade, segundo a norma da língua portuguesa, aprendem também a desenhar as letras maiúsculas tipográficas e caligráficas, mas não a utilizá-las correntemente. Escrever em maiúsculas é seguir um percurso mais difícil e menos económico. Os grafólogos costumam relacionar as letras minúsculas com a importância do eu do escrevente.
Recordo o caso duma pessoa que costumava fazer as maiúsculas muito altas e passou a desenhá-las baixas, porque queria parecer menos autoritária. O seu inconsciente continuou a traí-la: a sua escrita não deixou de ser angulosa, as barras dos t permaneceram altas, a zona média continuou elevada e o ritmo tornou-se mais lento.
Todos somos diferentes. E a escrita pode expressar essas diferenças. E não será por modificarmos a letra que alteraremos as características da nossa personalidade.
A acentuação está relacionada com a necessidade de precisão e de perfeição e com a capacidade de atenção. Os acentos colocam-se normalmente um pouco acima da zona média e designam-se por agudo, grave, circunflexo e til. As pintas do i e do j não são aqui consideradas, porque fazem parte das próprias letras a que pertencem.Pontuação
A pontuação informa-nos sobre a precisão, a perfeição e a capacidade de atenção.
Os principais sinais são o ponto final, a vírgula, os pontos de interrogação e de exclamação, o ponto e vírgula, os dois pontos, o hífen e o travessão.
Nenhuma destas letras especiais, isoladamente, é suficiente para explicar a complexa personalidade humana. Um psico-diagnóstico aceitável requer sempre a junção e a coordenação de múltiplos “grãozinhos de areia” espalhados nas páginas escritas. A letra s exprime actividade energética e dinâmica, consciência e amor-próprio.
Fiquei-me apenas pelas letras mais significativas, porque estou convicto que o método alfabético, ou seja, a simples análise das letras uma a uma, não permite, com certeza, verificar as tendências da personalidade.
A letra r, formada por traços rectos e ângulos na zona média, presta-se para avaliar o potencial energético e volitivo e a psicomotricidade do escrevente.Por se estender pela zona inferior, zona simbólica do instinto, do inconsciente e das necessidades materiais e sexuais, esta letra costuma assumir um significado especial na análise grafológica.
A letra m está relacionada com a auto-estima e a energia do eu. A 1ª perna representa o eu profundo, a 2ª, o eu familiar e a 3ª, o eu social (profissão, sociedade, política).
Esta é a letra minúscula mais larga do alfabeto.
Devido ao seu formato e à sua extensão esta letra pode apresentar um interesse especial para os grafólogos.
As pintas do i e do j estão relacionadas com o estado anímico e emocional, com a precisão, com a auto-afirmação e com o sentido responsabilidade do escrevente.As pintas do i e do j em forma bolinha aparecem com alguma frequência nas pré-adolescentes, ao passo que nos adultos, especialmente nos do sexo masculino, são raras e, por isso, num e noutro casos têm uma interpretação diferente. Na menina pretende impressionar e chamar a atenção. No adulto reflecte imaturidade e fantasia.
As pernas formam a zona inferior da escrita, a zona do instinto, do biológico e das necessidades primárias. As letras que apresentam pernas são f, g, j, p, q, z e y. Na escola, as consoantes p e q são ensinadas a fazer sem bucle. Por isso, não é indiferente o formato com que cada escrevente as realiza. Aqui não se pretende esgotar todo o tipo de pernas, mas, apenas, dar exemplos significativos.
As hastes desenvolvem-se na zona superior da escrita que simboliza o pensamento e o espírito. Elas, de modo geral, estão relacionadas com o grau de energia e de afirmação do eu. Nas hastes dá-se mais relevo aos traços descendentes (realizados pelos movimentos de flexão) do que aos ascendentes, sendo os primeiros feitos, normalmente, com maior pressão do que os segundos. Algumas hastes formam bucles, como as das consoantes b, f, h e l, outras têm traços que sobem e descem praticamente sobrepostos, como acontece com as letras t e d.
Estas características psicológicas para terem algum significado devem repetir-se várias vezes no texto, pois, se o formato for variado a leitura será diferente. A leveza ou intensidade da pressão também são factores determinantes na avaliação deste sinal.
Barras do t compridas, de militar do sexo masculino, com 42 anos
As barras do t minúsculo estão relacionadas com nível de determinação, de iniciativa e com qualidades de chefia. Este traço é bastante livre e, por conseguinte, bastante importante na análise da escrita. Todavia aparece caracterizado de inúmeras maneiras. Neste espaço vou apresentar apenas os formatos mais comuns e mais significativos.
Alguém, depois de ter lido estas características, tentou fazer as barras de acordo com o perfil desejado, mas foi imediatamente traído por outros sinais gráficos.
Recordo que nenhum sinal gráfico pode ser valorizado, quando isolado do contexto.
A análise isolada da assinatura não é suficiente para traçar o perfil completo duma personalidade, porque retrata o eu íntimo do escrevente, mas não nos informa sobre o seu comportamento social e profissional. Comparando a assinatura com o texto extraem-se melhores conclusões.

