26 abril, 2009

Sinais de velocidade na escrita do Manuel

Os dois grupos de frases que o Manuel (criança com a idade de 8 anos e 9 meses) fez à velocidade normal e à velocidade máxima apresentam algumas diferenças.
Lembro que durante um minuto, à velocidade normal, o Manuel fez 72 letras e, durante um segundo minuto, à velocidade máxima, fez 85 letras. São 13 letras de diferença, o que não é nada pouco para uma criança do 3º ano de escolaridade.
Os grandes traços horizontais que aparecem na folha foram feitos pela criança e servem para separar as frases redigidas à velocidade normal ( as primeiras) das que foram escritas com a máxima rapidez (as segundas).
Abaixo, apresento dez características que diferenciam uma escrita da outra e que vão assinaladas com os algarismos correspondentes. Num adulto, provavelmente, apareceriam outros sinais de velocidade. A criança, ainda numa fase de aprendizagem da escrita, não possui as ferramentas necessárias para personalizar a sua escrita.


Assim, na escrita mais rápida destacam-se as seguintes características que não se observam na escrita menos rápida:
1. Apareceram mais anelamentos nas letras n e u;
2. Alguns ovais tornaram-se mais largos do que altos;
3. Certas letras da zonas superior e média ganharam maior angulosidade;
4. Surgiu um retoque no s da palavra são;
5.
A dimensão deixou ser tão uniforme;
6. A pinta do i alongou-se;
7. Os sinais de pontuação ganharam maior volume;
8. O til avançou um pouco para a direita;
9. A distância entre palavras aumentou;
10. As linhas de base ficaram mais espaçadas.

21 abril, 2009

A velocidade da escrita do Manuel

Manuel (nome fictício) tem actualmente 9 anos e 6 meses. Frequenta o 4º ano numa escola oficial, é destro, vive numa cidade do norte de Portugal com os pais e um irmão de dois anos e meio. De entre os alunos (cerca de 2 500) que fazem parte do meu estudo, no que respeita a velocidade da escrita, Manuel é aquele que sigo mais de perto. Desde o início da escolaridade obrigatória já lhe administrei uma dúzia de testes. O teste consiste numa frase, sempre igual, que, durante um minuto, é escrita o maior número de vezes possível.
Os oito exemplos aqui apresentados vão desde a fase inicial da aprendizagem, até ao momento presente.

1.º teste – 6 anos e 6 meses, 1.º ano
Comecei por lhe solicitar que escrevesse a frase As nossas palavras são como um cristal, que eu lhe registara antes no cimo duma folha A4, sem linhas. Num primeiro minuto, pedi-lhe, simplesmente, que escrevesse a frase com o lápis preto (instrumento que ele utiliza). Passados cinco minutos, solicitei que voltasse a escrevê-la o mais depressa possível e quando acabasse de copiar a frase voltasse a escrevê-la novamente até que eu o mandasse parar. O Manuel completou apenas uma frase, tal como aconteceu à velocidade normal, escrevendo de cada vez 32 letras.
São as letras que ainda funcionam como unidade gráfica e não a palavra. Elas apresentam-se isoladas, grandes e imprecisas, devido às dificuldades grafomotoras. O espaço, a direcção e a forma das letras e das palavras apresentam irregularidades.
2.º teste ­– 7 anos e 2 meses, 2.º ano


Escolheu uma esferográfica azul. A escrita tornou-se mais pequena, a ligação entre letras melhorou e verificaram-se já menos torções e maior flexibilidade no traçado. A rapidez aumentou consideravelmente. O maior salto deu-se na transição do 1.º para o 2.º ano. Conseguiu fazer 60 letras. O Manuel tem agora um irmãozinho com três meses.
3.º teste – 7 anos e 6 meses 2.º ano


Voltou a escolher a esferográfica azul. Aparecem formas angulares, ligações imprecisas e linha descendente. O Manuel, depois de ter feito o teste à velocidade normal (administro sempre este tipo de teste como termo de comparação), no teste de velocidade, devido à preocupação, aumentou o tamanho das letras. O resultado foi ter conseguido fazer apenas 66 letras. À velocidade normal fizera 65.
4.º teste – 7anos e 11 meses 2.º ano

Desta vez escolheu o lápis preto. Nota-se uma tentativa de personalização nas ligações, especialmente na ligação do c ao r, na palavra cristal. Além do teste à velocidade normal, realizou mais dois testes à velocidade máxima, intervalados de 5 minutos. No primeiro teste mais veloz fez 71 letras e no segundo, 73. Estes números demonstram uma certa constância e objectividade dos resultados conseguidos neste género da escrita.
5.º teste – 8 anos e 2 meses, 3.º ano


Escreve com esferográfica azul. A pressão é mais leve do que costuma ser. As pernas do p são bastante curtas. A professora queixa-se à mãe do Manuel dizendo que o seu filho causa alguma instabilidade na turma e que não está a desenvolver totalmente as suas capacidades. De qualquer modo subiu a parada para 83 letras.
6.º teste – 8 anos e 9 meses, 3.º ano
Escreve com esferográfica azul. As linhas apresentam ondulações e a haste do l perdeu a curvatura e tornou-se angular. Nestes últimos sete meses foi quando se verificou o menor crescimento: conseguiu fazer 85 letras.
7.º teste – 9 anos e 2 meses, 4.º ano

Na escrita à velocidade normal quis escrever com lápis e à velocidade máxima escreveu com esferográfica azul. As letras estão muito juntas e as hastes inclinam-se para a esquerda. O Manuel consegue escrever a frase inteira em apenas 2/3 da linha imaginária. No início da aprendizagem a frase mal cabia na linha. Fez exactamente 100 letras.
8.º teste – 9 anos e 6 meses, 4-º ano


Escreveu com esferográfica preta. Estava ainda no rescaldo duma gripe. A mãe diz que o filho tem medo de errar na escola e em casa, apesar de muitas vezes saber as respostas. As hastes mantêm-se inclinadas para trás. Desta vez conseguiu o recorde de 108 letras por minuto.
Para sabermos se a velocidade da escrita desta criança se situa na média, abaixo ou acima da média seria necessário comparar os dados com uma tabela aferida para a população portuguesa.

Pode concluir-se que

  • Uma velocidade equilibrada será sinal de desenvoltura, inteligência e boa capacidade de comunicação, características reveladas por este aluno.

  • Este género da escrita (a velocidade) torna-se, com certeza, mais uma peça do puzzle para reconstituir a multifacetada personalidade humana.

17 abril, 2009

COMENTÁRIOS AO BLOG - SORTEIO!


Encerrou-se ontem, dia 16 de Abril a promoção entre os visitantes deste Blog que fizeram comentários aos artigos e notícias ali postados. Cada comentário vale uma participação no sorteio do livro "Grafologia Expressiva", devidamente autografado pelo seu autor, Paulo Sérgio de Camargo.

O Blog rebeceu, no período da promoção, 32 comentários sendo um de Minas Gerais, um do Rio Grande do Sul, um de São Paulo e os demais da Bahia.

Dia 06 de Maio próximo, quando do encontro do Grupo de Estudo de Grafologia, haverá o sorteio com assistência dos presentes àquele evento.

Participam: Vera Carvalho (4 vezes), Leila Santos (4 vezes), Suely Diniz (3 vezes), Newton Mota (3 vezes), Lílian Cortes (3 vezes), Renata Gil (2 vezes), Mariza Carla (2 vezes), Alexsandro Guimarães (2 vezes), Kau Mascarenhas, André Leibl (SP), Carla Borges, Nilda Neves (MG), Adriano Nunes, Fátima Sampaio, Eleonora Fernandes, Elija Fernandes, Simone e Simoninha (RS).

07 abril, 2009

Grafología Criminal

NOVEDAD !

La grafología criminal está en auge: las unidades policiales de élite y las divisiones de policía científica se sirven de sus éxitos para resolver las investigaciones. Tras los análisis de notas manuscritas de despedida en presuntos suicidios -dentro de la denominada autopsia psicológica-, se está incrementando la presentación de informes grafológicos en ámbitos tan diversos como los juzgados de familia, los casos de violencia de género o de desavenencias matrimoniales.En esta obra se revelan los nuevos ámbitos de aplicación de la grafología criminal, sus perfiles y los nuevos horizontes de uso de la grafopsicología y grafopatología como complemento de la pericia caligráfica. Esto permite ir un paso más allá, como en el caso del asesinato de la psicóloga Anna Permanyer donde se pudo demostrar que la víctima había sido obligada a firmar un contrato de arras con fuerza y coacción para apoderarse de su vivienda o también desde el punto de vista histórico, permitiendo orientar en la solución de casos sin resolver como el de Jack el destripador o el del asesino del Zodiaco que son primicia en esta obra.Los autores Francisco Viñals y Mª Luz Puente, directores del Máster en Criminalística y Máster en Grafoanálisis Europeo de la Universidad Autónoma de Barcelona, presentan un gran número de ejemplos prácticos aportando un gran valor pedagógico.

LOS AUTORES

Francisco Viñals Carrera, Grafoanalista, jurista y criminalista, condecorado con la Cruz de Primera Clase (COMM) por el Ministerio de Defensa en reconocimiento a sus trabajos destacados como profesor y asesor del Estado Mayor, siendo también miembro de Honor de las AFAS; es asimismo profesor doctor de la Asociación Mundial de Juristas (organización para la paz mundial). Después de formarse en psicoanálisis y profundizar sobre los trabajos de Eric Berne y de A.Vels, creó junto con la Prof. Mariluz Puente, el Grafoanálisis Transaccional y por otra parte la Prueba de la Verdad Grafológica basada en la Grafología Emocional de Honroth; también es destacable su aportación grafológica sobre la correlación entre los puntos de alteración del óvalo grafoescritural y la topografía iridológica de Jensen. En 1993 fundó la especialidad de Pericia Caligráfica Judicial en el Instituto de Criminología y Cátedra de Derecho Penal de la Universidad Complutense, Sección Córdoba, trasladando dichos estudios en 1996 a la UAB, donde dirige actualmente los estudios de Master en Grafología y en Criminalística. Pertenece a International Police Association y también es profesor de la Escuela de Policía de Cataluña, así como de la EPSI-UAB. En un cuarto de siglo de estrecha colaboración con la Administración de Justicia ha conseguido importante jurisprudencia que revalida la técnica grafológica por lo que ha merecido diversos premios y distinciones sociales como el de ser seleccionado en 2003 en “Personatges de Catalunya” e incluido en el Volumen XIII de la Història Contemporànea de Catalunya.

Mª Luz Puente Balsells, Antropóloga, criminalista, investigadora científica, especializada en pericia forense por la Escuela de Medicina Legal de la Universidad Complutense, en grafopsicología por la Universidad Pontificia de Salamanca y en Servicios de Inteligencia por la UB, Dirige los Masters y Diplomaturas de Postgrado sobre Grafología y Criminalística de la UAB al tiempo que es profesora de Técnicas científicas aplicadas a la investigación del ilícito en la Escola de Prevenció i de Seguretat Integral – UAB; asimismo es Directora Académica del Instituto de Ciencias del Grafismo, directiva del Consejo Institucional de Profesores y Directores de Laboratorios de Ciencias Forenses y de la Coordinació de Criminalistes i Perits Judicials de les Escoles de Pràctica Jurídica, Doctorat i Postgrau de Catalunya, Vicepresidenta 1ª de la Agrupación de Grafoanalistas Consultivos de España, Medalla al Mérito Criminológico, Miembro de Honor del Instituto de Investigaciones en Psicología de la Escritura de la Argentina, Miembro de Honor de la Sociedad Española de Grafología, Corresponsal de AGI, Directora de la revista-anuario “Grafoanálisis”. Anteriormente además de redactora de diversos medios ha ejercido como profesora de Ciencias de la Información y profesora adscrita al Colegio Oficial de Doctores y Licenciados en Filosofía, Letras y Ciencias de Catalunya.

Grupos de Estudo de Grafologia









Nos dias 1 e 4 deste mês de Abril reuniram-se, mais uma vez, os Grupos de Estudo de Grafologia orientados e supervisionados pelo Prof. Eduardo Evangelista.

Comparecem desta feita Margarida de Fátima da Silva, Linda Fiminelo, Maria Luisa, Alex Oliveira, Vera Carvalho, Carla Borges, Mariza Carla Souza, Eleonora dos Santos Silva Fernandes, Suely Diniz e Daniela Ferreira que explanou magistralmente o tema "Sínteses de Orientação".

Nos próximos encontros o colega Alex Oliveira falará sobre "Temperamentos".

Após os estudos houve sorteio de livro de grafologia e brindes surpresa. Nossa colega Mariza Souza foi a contemplada com o livro e Alex Oliveira com o brinde surpresa. Também foi oferecido uma lembrança à nossa colega Daniela Ferreira, em agradecimento à sua disponibilidade em explanar o assunto do mês.

(nas fotos, flagrantes dos encontros).

02 abril, 2009

Letra de médico

Recorte duma receita oficial do Ministério da Saúde
Quem decifra esta escrita? Porquê tamanha ilegibilidade?
Pressa em despachar o cliente/doente? Secretismo ritualista profissional?
O farmacêutico que aviou esta receita - com largos anos de experiência e familiarizado com a expressão gráfica deste clínico -, em vez de se dirigir, de imediato, à prateleira buscar o produto receitado, perguntou ao doente para que servia o medicamento, a fim de descobrir o que o médico lhe teria prescrito. Quando o famacêutico soube que os comprimidos eram para ser tomados um por semana, lá conseguiu aviar receita. Mas o cliente interrogou-se, interiormente, a si próprio: "E se o farmacêutico não quisesse fazer figura de ignorante e se metesse a adivinhar"?
Em casos, como este, de "disgrafia", seria melhor utilizar caracteres tipográficos.
O próprio dicionário define letra de médico como aquela "que é muito difícil de ler, de decifrar".
Felizmente, situações como esta, hoje em dia, são cada vez mais raras, especialmente, entre os elementos mais jovens da classe médica.




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