Sabendo que cada pessoa é um ser único e irrepetível e sabendo que, por esse facto, não há duas escritas iguais, serão os grafismos dos gémeos monozigóticos idênticos ou terão elevadas semelhanças?
Analisei a escrita de dois gémeos masculinos univitelinos, com 13 anos e 7 meses de idade, que frequentavam a mesma turma do 8º ano.
Notei, de imediato, uma primeira grande diferença: um era destro, outro era esquerdino.
O teste foi realizado simultaneamente, quando ambos assistiam a uma aula e cada um se sentava numa mesa diferente.
Pedi-lhes que, durante um minuto, escrevessem, o mais rápido possível, a frase “As nossas palavras são como um cristal”.
Logo verifiquei uma segunda diferença: o destro conseguiu fazer 192 letras por minuto e o esquerdino 185.
Escrita gémeo destro, do 8º ano, com 13 anos e 7 meses
Outras diferenças se juntaram: o espaço deixado pelo esquerdino entre linhas e entre palavras é menor, a angulosidade é mais evidente, a diferença de pressão é notória, as barras dos “tt” do esquerdino são em diagonal ascendente e as do destro em
diagonal descendente.
A margem esquerda no esquerdino é bastante mais pequena que a do destro. O esquerdino assinou com maiúsculas tipográficas desligadas e o destro, com carateres cursivos.
Algumas semelhanças se destacam, nomeadamente, a dimensão da zona média, com cerca de 1,5 mm de altura, a inclinação para a direita, os “AA” maiúsculos que apresentam forma parecida, ambos os irmãos apresentam uma certa dificuldade em desenhar o conjunto “vr” da palavra “palavras”, nos dois predominam as letras ligadas. As hastes do “pp” são semelhantes, quanto à forma, quanto à dimensão e quanto à pressão exercida.
Muitas outras semelhanças e dissemelhanças poderiam ser apontadas. Mas as marcas atrás referidas são já suficientes para atestar que nem os gémeos univetelinos se expressam graficamente de maneira igual.
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